Área: Linguística, Letras e Artes
Subárea: Letras
Estado: Bahia
Cidade: Matina
Escola: Colégio Estadual Grandes Mestres Brasileiros
Resumo: Este trabalho apresenta uma análise crítico-reflexiva dos livros didáticos de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira de Ensino Médio adotados de 2018 à 2021 em quatro escolas públicas da rede Estadual de Ensino da Bahia, visando problematizar a presença das produções textuais de autoras negras e indígenas brasileiras nessas obras, além de observar as considerações de docentes da rede que foram entrevistados acerca desse assunto. De que forma o professor reforça ou não o privilégio branco ao não fazer a reparação extra - sala de aula do saber institucionalizado? As respostas dos docentes aos questionários aplicados foram utilizadas para tecer reflexões sobre a visão quanto ao recorte gênero, classe, lugar e raça na autoria de textos nos livros didáticos escolhidos por eles. Quanto a abordagem foi utilizada a pesquisa quali - quantitativa, a partir dessa combinação, a chave de determinados resultados que permaneceriam obscuros por falta do conhecimento do campo e da experiência vivida das pessoas pesquisadas é fornecida.Para a análise do tema, foram usados os dados recolhidos nos livros didáticos e nas entrevistas com docentes. Para subsidiar teoricamente essa análise foram trazidas as autoras Akotirene (2019) e Crenshaw (2002) e seus escritos sobre Interseccionalidade. A partir dos estudos preliminares sobre o tema, foi possível perceber a presença hegemônica da autoria masculina nos livros. As noções trazidas pela Interseccionalidade possibilitaram a análise desse fenômeno não só pela ótica gênero, mas pelo cruzamento entre raça,classe,gênero e lugar. As autoras além do processo de apagamento por serem negras ou indígenas, sofreram o processo de ausência por serem mulheres, e o que se vê é a contribuição desses livros didáticos nesse processo de epistemícidio.